A Massa Burra do Rio Grande
Giovanni Gosch Berton |
A
quem cabe a culpa na decadência do ensino no Rio Grande do Sul? Eu é que não ousarei apontar quem quer que
seja o infeliz! Cabe a mim como cidadão lembrar que enquanto for delegada aos
professores toda responsabilidade na educação de alunos que entre alguns, não
querem nada com nada, não irá lhe sobrar tempo para ensinar o b a BA das
coisas! Então há de convir que educação sempre viesse e deverá continuar vindo
de berço. Ao professor não cabe o papel de Super Herói que não cansa nunca; que
não tem sua própria família para se preocupar; que precisa de estômago para
receber visitas inesperadas de Conselheiros tutelares em defesa de crianças e
adolescentes os quais não sabem o que é dever respeito aos pais, quem dirá ao
professor. Não há como ministrar uma boa aula quando lhe é incumbida tarefas
para as quais não fora contratado. É impossível dar um bom conteúdo em aula
quando ao mesmo tempo é necessário extrair as arestas de uma Itapuca qualquer.
Professor é professor! É aquele que está habilitado para transmitir seus
conhecimentos em matemática, português, história geografia ensino religioso
etc. Não poderá ele dividir seu tempo em sala de aula para fazer papel de pais.
O professor poderá vir a ser um bom amigo, mas antes de ser não passa de um
estranho. Engolir um sapo já não é nada agradável, imagine professor convivendo
todos os dias com no mínimo uma média de 40 alunos? Salvo os que fazem por onde
e estão em sala de aula por que querem aprender, há os que não estão nem ai! Esses
me parecem bem instruídos quanto ao paternalismo escancarado que se criou neste
país. Aliás, criado provavelmente por políticos de gabinete! Um bando de Maria
vai com as outras que devem ter dado ouvidos a professores, igualmente de
gabinete, para tascarem leis que vão contra a formação ética do cidadão. De
quem é a culpa não sei. Quem sabe começa
pelas salas de aula visitadas por professor de gabinete que, - como disse -
passa pela sala de aula. Passa mas não fica. O que esses três profissionais de
gabinete têm em comum: passar pelas salas de aula. Sai e deixa a
educação por conta do professor que leva a classe nas costas. O profissional
que dá aulas. Ano após ano. Esse sim é professor. Esse entende de conteúdo. Não
fosse por eles, resultados como o do concurso para o magistério que teve uma
reprovação acima de 92% não seria uma surpresa e sim uma realidade antiga. Volto
a dizer: Professor é para ensinar a quem quiser aprender, educação deve vir
pronta de casa! Se tiver o professor de fazer tudo na vida do aluno, não terá
tempo para honrar com seu propósito que é ajudar o aluno na conquista de um
próximo nível! Se bem que nas séries iniciais a orientação é para não
reprovar... Esse é o cardápio de burocratas para gente que nasceu para fazer
força. - Se bem que acostumados a ganhar tudo?... Ou será essa a real intenção?
Criar uma massa burra? Não sendo assim acabem de uma vez com o paternalismo e
ensinem o prazer no trabalho. Ah! E se preciso for, ensinem o que é dignidade!
José Ramos Berton
Jornalista