Rio Grande Frio de Todos Nós
Chegou o frio! Junto dele o desconforto de um ou outro resfriado. É igualmente visível o deslumbre. Cabe a cada um dar o toque que fará a diferença a uma estação do ano onde é possível manifestar e personalizar cada individuo. Nosso inverno apresenta uma maior ou menor intensidade! As chuvas, ventos, formação de geadas, e algumas precipitações de neve, transformam esse Rio Grande em algo muito próximo de uma terra distante que lembra países da Europa. Este cenário pode ser visto como razão mais do que suficiente para exageros no consumo de refeições com alto índice de calorias. A degustação de bebidas quentes também é um dos pecados que nos permitimos! Com isso a sensação de que o frio não é tão rigoroso nos fará bem. A combinação de pratos quentes e de bebidas acalenta nossa alma e corpo. Assim, o frio do inverno rio-grandense parece amenizado. Se pudermos contar com a presença de algumas pessoas as quais queremos bem então? Até doenças de inverno tomarão outros caminhos! Cabe lembrar que em nosso cardápio Gaúcho, encontraremos pratos que se revezarão entre, “sopas com tutano”, “rabadas com mandioca”, “feijoadas com paio, partes de suíno e muito tempero!” Nosso “mondongo” é sempre bem vindo! O vinho é o eterno acompanhante: seco e discreto. Lamber os beiços depois de uma refeição destas em nossa querência faz parte de uma tradição só possível de se viver aqui no Rio Grande. Nesta terra abençoada as estações do ano ainda são bem definidas. A cada ano esperamos por nosso inverno com ansiedade, ele faz parte de uma série de hábitos do gaúcho, o que nos torna ainda mais próximos. O fogão a lenha bufando desde a alvorada. A chaleira mantendo a água sempre quente para sorver um bom mate passado de mão em mão. Na chapa alguns além da polenta cortada com linha, pinhões e amendoins que servirão de cobertura para o estomago. O bule com café, pão quente, queijo e salame, é o complemento que irá compor uma usina de energia capaz de nos manter aquecidos durante as gélidas manhãs de inverno na dura jornada de quem trabalha. Na casa as mulheres brincam alegres com a lida doméstica. A chapa do fogão em brasa mantém cômodos e sangue aquecido. O cheiro de madeira queimando junto a combinação dos temperos ruma sem permissão por toda a área anunciando estranhos anelos... Coisas dos Pampas! Legado cultural deste pedaço da terra que não nasceu para ser Estado. Parte de ti Rio Grande é tudo isto e muito mais. É o romper com dogmas e reconstruir com liberdade. O frio do Rio Grande é ingrediente de um cardápio elaborado com a essência da alma Farroupilha, com chimarrão e vinho nas cores do Pavilhão verde, vermelho e amarelo, assinado com fio de bigode! Aqui neste pago desgarrado,o nosso ideal continua sendo o da liberdade! Liberdade para fazer ainda mais e melhor! Liberdade para entoarmos aos quatro cantos que essa terra tem dono! Liberdade para com nosso hino, lembrarmos que povo sem memória acaba por ser escravo! E é nas rodas de chimarrão que a prosa puxada ao pé da letra transforma pautas em arcanos, em assembléias regadas com descendia que falta aos que se intitulam representantes do povo!
José R. Berton
Jornalista
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