Morre João Carlos Tiburski
Para os mais íntimos, simplesmente Jacaré! Todos eram Jacarés para ele também. Por quê? Não sabemos, mas era assim, desta maneira diferente de tratar que éramos tratados. Como amigos. Como gente igual a ele, sem cerimônias, sem questões que não fossem respondidas. Ainda mais em se tratando de Diagramação dos inúmeros jornais experimentais projetados por acadêmicos da FAC – Faculdade de artes e comunicação da UPF – Universidade de Passo de Fundo, que por ele foram acompanhados. O chapéu, o cachimbo, a barba e cabelo branco, o porte de um grande poláco metido a amigo! Porque ele o foi assim mesmo, amigo! Suas brincadeiras, e seu jeito próprio de quem sabiam contagiar envolvendo qualquer um dos seus inúmeros tipos que iam chegando aos poucos no campus para aprender Jornalismo. João Carlos Tiburski morre aqui em Passo Fundo onde encontrou o paraíso nas terras do Capingui, mais precisamente em suas águas às quais ganharam do professor Tiba registros em fotos e em suas crônicas eternizadas nas páginas dos livros Crônicas Faquianas, hoje em sua 5ª edição da qual ele foi organizador juntamente com a professora Roberta Scheibe. O professor Tiba, fomentou a imaginação de cada participante com suas ternas palavras de incentivo acompanhadas de um tempero literário inerente ao grande mestre! Hoje estou de luto, acredito que todos estão, pois o mestre que levava a vida com encanto e peculiaridades inusitadas como, ser amigo também de um pássaro exótico, ser fiel confidente de cães e outros espécimes por ele tratados igualmente com carinho e respeito. A partir de agora, as escadarias da FAC, já não serão mais as mesmas, estará faltando ele. A voz que tanto nos fez bem se cala diante das águas do Capingui, parece que lugar melhor se morrer não há, em se tratando do Professor, já que ele amava aquelas águas! Gaúcho de Erechim encontrou em Passo Fundo, talvez os seus momentos mais marcantes, e os dividiu com todos nós que tivemos o privilégio de ter sido seus alunos no jornalismo, e acima de tudo seus amigos. Saudades Professor, e que Deus o tenha.
José Ramos Berton
Jornalista