terça-feira, 28 de dezembro de 2010

135 da Imigração Italiana

135 da Imigração Italiana
Falar sobre, os 135 da imigração, ou ter essa pretensão, é fazer a viagem de volta. É conquistar tudo novamente e não permitir derrotas. A imigração aconteceu para fortalecer laços. Construir em cima de parte daquilo criado por Giuseppe Garibaldi, e os demais Giusepes.  Estar diante das possibilidades de fazer valer essa herança sagrada é responsabilidade própria e intransferível. Cabe a cada um de nós descendentes, honrar-mos todo e qualquer ensinamento que possa vir a somar. Ser eternamente grato é obrigação de todos, o que não será demais, afinal são poucos os heróis que desafiam mundos em prol de causas que não as suas, mas a de todos! História feita com trabalho e sangue! Mas, sobretudo com a coragem vestida de verde vermelho e branco. Como nas coletivas orações, lamento de mães mesclando-se aos céus de deuses e anjos. Clamores a confundir intrigadas visões dos mais renomados pintores, em tentativas louváveis de reproduzirem formas amorfas, nas estonteantes obras a desafiar a imaginação da gente! Registros que através dos séculos ainda intriga mundos desordenados de cores, de amores, de sonhos e de conquistas. Ah, essa imigração que edifica o homem. Trás à criança o belo, transfere ao idoso o elo que une estes dois extremos! Itália de uma unificação que faz do ser, exército de um só homem! Desta unificação, o filho desgarrado condutor de talento poemas, artigos, crônicas, protagonista da mais bela obra! A literatura inconfundível de teus filhos solenes a brindarem com vinho, cada letra, cada palavra que descreva a terra mãe, ainda que conhecida somente de ouvir falar..., ainda assim é bella! Terra de todos nós que de certa forma estamos integrados a esse movimento prá frente a nos impulsionar rumo a um porvir de vitórias, de arte e de amor incondicional por tudo que te eleve sempre mais alto! Paixão desmedida pelo pavilhão de três cores a tremular nos orientando como uma oração, que nos encoraja e nos faz felizes. Felizes por sermos parte dessa nau que não sucumbirá enquanto um só filho viver para te saudar! Descendentes que embora distante da santa terra, permitem entrar como se num transe e viajar através do tempo e do espaço para contar em versos, a beleza da terra que viram concebidos os antepassados, imortais para nós que como descendentes reproduzimos de todas as formas, por todos os dias de nossas vidas esse amor que move montanhas, que nos faz gigantes e bravos! Que nos faz mais próximos dos três Giusepes, como se juntos fossemos capazes de transformar o mundo, num modelo italiano! Com suas cores vibrantes, seus vinhos santos, famílias. Crianças brincando por todos os cantos... Em seus anelos. Declarações de amor que faz do italiano o romântico inconfundível a conquistar corações. Na magia das palavras, na combinação de versos a comporem as mais belas canções! Na conquista do abraço. No grito, no beijo, no confessar de segredos que morrem junto da gente. Legado sem preço. Dádiva que se faz justa quando levada a diante na conversa com o filho, na colheita, na igreja, na confissão necessária nos credenciando ir adiante! Ah, herança de traços e costumes do qual somente orgulho é sentimento que marca que importa para nossa existência ter sentido. Apegamo-nos a reminiscências, como invólucro de algo abstrato a contagiar mentes, a produzir histórias férteis diante de monumentos. Salve salve os nossos ídolos que em bronze posam altivos nas praças, escolas, repartições públicas e em todo espaço sagrado ocupado com vossas presenças!  Graças damos ao criador por sua infinita bondade em termos aqui na América do Sul vultos de nosso passado! Graças a heróis anônimos desta terra, temos por aqui também uma extensão tua Itália de todos nós que não te deixamos fora de nossos pensamentos jamais. Também berço de teus filhos, Passo Fundo, conta com praças que levam teu nome onde brincam nossas crianças, e descansam os nossos velhos. Aqui os monumentos contam um pouquinho de ti, como se não soubéssemos de tua grandeza infinita a nos contagiar diante de tuas histórias milenares a nos seguir eternamente. Centro Cultural Italiano Anita Garibaldi, sede de teus descendentes a espera dos jantares junto à confraria da polenta. Tudo acontece na mais perfeita ordem. A polenta? Ninguém come sem antes rodar o hino da Itália, do centro cultural e a canção da Bella Polenta. Depois a conversa fiada, as gargalhadas, e a saudade de tantas particularidades tuas... Contamos com “Anita Garibaldi” nosso mais antigo programa de rádio aqui do Brasil a divulgar tua arte e tua alegria contagiando a todas as etnias existentes por aqui no norte do Rio Grande do Sul. Passo Fundo respira as coisas da Itália. Nas cores de empresas que ostentam orgulhosas um constante crescente. Nas missas conduzidas por padres incansáveis a transmitir a palavra com sotaque carregado. De italianos vindos de todas as partes desta terra que nos abriga com o carinho de mãe. Por aqui temos Giovanni, José, De Fátima, Luiz, Alcides, Branca, e outros nomes que honram a existência.  Unificar creio, também é isso. É contar em palavras simples, porém verdadeiras, o nosso jeito de ser e de levar adiante os ensinamentos de antepassados que percorreram plagas desconhecidas com o único propósito de dar aos seus o melhor para se viver! Aqui é possível de se encontrar Não somente três Josés, mas milhares que continuam por todos os dias a fazer a América. Se há motivo para nos orgulharmos da terra mãe, é por que nossos antepassados que navegaram até aqui, o fizeram com força só possível de extrair do coração. Sentimentos contados e recontados com lágrimas e paixão. Mescla de emoções que se renovam a cada dia. A cada taça de vinho. A cada novo nascimento de um descendente teu. Diante da possibilidade de prestar nossa homenagem junto ao pavilhão de três cores. Parte disso tudo é devido à unificação de uma Itália mais leve, cheia de graça. Uma Itália que nos respeita como cidadãos seus, ainda que desgarrados em terras distantes. Parte de mim é isso tudo que modestamente discorri acima, a outra parte de mim é Alberton, é Ferronato é Berton!

       Berton, José Carlos Ramos
    Jornalista
                                                                                    


Nenhum comentário:

Postar um comentário