sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal II


Natal II

Quem diz não ter saudades não sabe mentir, ou não sabe viver bem. Saudades têm todos, seja lá do que for. Nesta época de arranjos e rapapés, mais fácil sentir saudades do que outro sentimento qualquer. Natal! Ano Novo! Tudo é motivo suficiente para que eclodam os mais nobres sentimentos. Daqui a pouco os fogos irão tomar conta do silêncio e quebrarão todas as possibilidades de um viver com qualidade. Mas, por outro lado as pessoas terão oportunidade única para abraços e beijos! Pedidos de perdão, de namoro, de promessas, de casamentos, de liberdade e de... Tudo aquilo que for conveniente a cada qual. A vergonha estará presente, e deixara de estar ao mesmo tempo. A ceia posta fará a diferença. A disposição de cristais, pratos e talheres encherá os olhos e será motivo para comentários, os mais variados, até mesmo daqueles que não chegaram antes para ajudar e que serão os primeiros a detectar os mais insignificantes defeitos.  Os pacotes deverão ser abertos com a maior das expectativas. O conteúdo deles só Deus sabe! O que também não quer dizer que vá agradar a todos. Sempre terá um para se achar injustiçado. Fazer o que?... Basta que a paz esteja presente nos corações e contenham lágrimas de contentamento para mais tarde. Ou deveria ser para já! Melhor chorar lágrimas de arrependimento na hora oportuna a deixá-las serem engolidas pela hipocrisia dos fracos. Mas afinal? O aniversariante? Onde anda aquele com o qual poucos se lembram de brindar em primeiro lugar? Será um mistério o sumiço ou pura imaginação prestes a ser exterminada pelo tempo? Tempo algoz a suplantar qualquer dos vestígios de ter um dia nascido para a vida e ressuscitado novamente para ela após sua morte! Onde anda este que todos se lembram de clamar nas horas em que a água bate no pescoço? Na ceia de seus bilhões de irmãos que habitam o planeta é que não está. Talvez na casinha de um ou outro sem teto que de maneira simbólica reza, ora, e agradece. Ainda dá tempo para agradecimentos, ainda há tempo para confraternizar sem deixar de lado o mestre Jesus Cristo. O Rei dos Reis. O ídolo de tantos e de tão poucos que ainda lembra-se de abrir para ele, as portas de sua casa. Feliz natal e que a paz de Cristo esteja convosco. De minha parte peço perdão. Também sou pecador e como todos, filho de Deus.

José Ramos Berton
    Jornalista

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