sábado, 25 de dezembro de 2010

Passo Fundo RS
Crianças Transportadas de Forma Irregular

O que deveria ser um direito garantido pela constituição brasileira é uma questão a ser discutida em Passo Fundo, norte do Estado do Rio Grande do Sul. No que diz respeito ao transporte de crianças numa faixa de idade, que vai de um, a onze anos, e que diariamente foram submetidas a um transporte irregular. A situação se repetia há alguns meses. E não era pelo fato de o veículo oficial que fazia esse transporte ter sofrido um acidente e ter ficado fora de uso que isso estava acontecendo, já que esse mesmo veículo “destinado” para o transporte de crianças, não cumpria exclusivamente com essa função, pois era deslocado para viagens a Porto Alegre pelo menos duas vezes por semana. Prova que desde então, o uso de veículos marca Fiat modelo Uno, já vinham sendo utilizados para o transporte indevido e irresponsável dessas crianças! Crianças amontoadas no banco trazeiro de um veículo (Sem cinto de segurança e muito menos as cadeirinhas adequadas), que deveria transportar ao todo somente cinco pessoas! Crianças que deveriam ter o direito assegurado e serem transportadas em condições que não lhes submetesse a riscos de acidentes. Quando se fala em acidentes, não estamos falando somente daqueles que ocorrem com outro veículo, mas de acidentes dentro do próprio veículo! Além do motorista e monitor (a), mais quatro, cinco, seis chegando até a sete crianças colocadas soltas, no banco de trás! Uma no colo de outra. Criança segurando criança! O que se tinha era  uma infração gravíssima e irresponsável por parte do poder público, mais especificamente do que ainda está Secretário da Cidadania e Assistência Social de Passo Fundo! (após decorridos cinco meses do quadro citado) Que sabia e permitia que isso ocorresse durante todos os dias! Negligência de uma Secretaria que trabalha contra a atual administração!  Quando o motorista cobrou por veículo em condições legais para o transporte foi chamado para dar explicações! – quando quem deveria ser chamado era o próprio secretário Adriano da Silva - O que este (ele- motorista) ouviu foi a ameaça de ser  colocado “a disposição”, ou seja, não serve mais para a secretaria aquele que não concorda com os maus exemplos de irresponsabilidade. A quem cabe questionarmos senão para nossas autoridades? É correto motorista terem de se submeter a ordens truculentas de quem está gestor? É legal motorista conivente a uma quebra de regras que é garantida pela constituição, onde proteger e assistir seu semelhante deveriam ser prática defendida pelo cidadão? E se um desses pequenos brasileirinhos batessem a cabecinha fazendo uma fratura de Crânio, por exemplo? De quem seria a responsabilidade? Do motorista que era obrigado a executar tarefa equivocada, ou do gestor que não concorda com nada que não seja fecharmos nossos olhos e ouvidos para tudo?- tudo de errado- (é bom lembrarmos que a corda rebenta sempre do lado mais fraco).  A quem deveremos recorrer? Acredito que ao Ministério Público, já que ao se opor contra as coisas erradas o servidor é ameaçado de ser colocado a disposição. O que fere a dignidade de toda a classe trabalhadora que se vê diante dessas barbaridades todos os dias, sufocados pela ausência de atitudes oficiais a lhes garantir o cumprimento da desgastada intenção de fazermos a nossa parte. Ao me deparar com atitudes como essa é como se um subalterno estivesse diante de um ditador em pleno período democrático! É claro que se tudo isso ficar como está, a prática de cidadania por quem quer que seja, acaba por enfraquecer, fragilizando conseqüentemente as leis que existem para serem cumpridas, doa a quem doer! Acreditamos que não é essa a pretensão dos senhores promotores e magistrados que sabem da ordem das coisas e deverão sim fazer a sua parte, para honra de todos nós que não estamos desprotegidos, como pensam alguns gestores que teimam em andar na contra mão das leis. Respeito a quem leva a vida com respeito. Respeito para com toda a classe trabalhadora, especialmente os motoristas, e aos brasileiros que acreditam em justiça. Às crianças que pedem por socorro e a nós que falamos em nome de todos os que não têm voz!
                                                                                                                                   José Ramos Berton
                                                                                                                                           Jornalista
                                                                                                                                                                                                                                    
                                                                                                                       


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