Natal mais próximo do real
É natal! Quem não sabe? Noite para confraternização entre?... Bem, eu não diria de “amigos”, mas de pessoas que se conhecem e aprenderam a se tolerar. Neste universo de futilidades – e em não sendo período eleitoral – de promessas! As mais curiosas. As que encantam pela criatividade e aquelas que de tão mirabolantes já caem no descrédito. Mesmo assim é natal! Época reduzida a um só dia. Neste cabe tudo. O riso abundante e constante na face de idiotas e imbecis, o brindar com o que tiver de melhor para a ocasião. O diálogo que deveria ser particular e que subitamente é interrompido por um desavisado qualquer que insiste em ser inconveniente. Dia para choros com maior ou menor intensidade. Daquele choro que denota veracidade, e daqueles escancaradamente forçados. Natal recheado de esperança! De possibilidades para renovação. Do reencontro com situações que avizinharam conosco até o dia anterior e que passaram despercebidas. Problemas multiplicados pela insensatez prolongada por descasos. Agora diante do fantasma da noite iluminada eis que o sinal mais ascendente é o das toneladas que pesam sobre cabeças insanas. Numa evidente demonstração de imaturidade e perda excessiva de tempo. Desgaste de um longo período destinado a futilidades como a desnecessária queima de fogos e rojões, que permite a continuidade da bestialidade humana. Junto a esse arsenal de hipocrisia e juras, o pobre do Cristo permanece no anonimato. É ele o aniversariante de 2010 anos. O homem que veio para ser lembrado em uma só noite, a do natal. E o curioso é a total ausência de presentes! Aniversariante que jamais recebe um pacotinho sequer. A não ser o velho e inerte presépio rodeado por animais, José e Maria, demais nada têm Jesus. Não recebe qualquer que seja o cumprimento de uma promessa. Não faz parte de reuniões para decidir o futuro das crianças desamparadas. Não é convidado para jantares ou ceias de confraternização onde a pauta deveria ser a da tolerância ao invés da guerra. Jesus Cristo filho de Deus, nosso irmão e mestre! Jesus de uma noite só! Aquela em que todos se fartam com exageros acumulando um cesto de conseqüências por vezes irreversíveis. Poderia ser diferente? Poderia. Bastaria para isso que cada qual fosse capaz de uma introspecção voltada para uma saída com alternativas auspiciosas e relevantes. Daquelas de encher os olhos. Projetos com inicio meio e fim. Obras concluídas e entregues para o bem comum com direito a platéia e aplausos. Daí sim estaria contentando com um belo presente o aniversariante dos 25 de dezembro dos surrados 2010 anos! Se esta comemoração, no entanto for entre amigos de verdade, melhor ainda. Caberá a cada um o oficio da sabedoria para ter um grupo seleto de pessoas que possam sentar à mesa na noite do renascimento, sendo assim por que não brindarmos com um bom vinho?
José Ramos Berton
Jornalista
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